Esqueça tudo o que você sabia sobre produção em escala. A China, historicamente associada à mão de obra barata e à produção massiva, hoje lidera um novo capítulo — agora automatizado, programado e com robôs no controle. Esse vídeo mostra a evolução dos robôs industriais de 2009 a 2022, ano em que a China já havia instalado 290.300 robôs industriais, mais do que todos os outros países juntos. A diferença é tão vertiginosa que podemos afirmar: a nova Muralha da China não é de pedra. É feita de aço, algoritmos e Inteligência Artificial.
Coloque o vídeo para rodar e perceba no gráfico de linha abaixo, um ponto de inflexão a partir de 2020-2021. O que ocorria nesse período? Eram os anos de pandemia, em que o mundo ainda lidava com lockdowns, quebras de supply chain e escassez de mão de obra. Enquanto em outros países, os robôs cresceram de forma linear e tímida, a China explodiu, com um crescimento estratosférico. É como se o país dissesse: “Se o mundo travou, eu vou acelerar.”
Essa transformação não é acidental. É política de Estado, estratégia de longo prazo e uma resposta ousada ao caos pós-pandêmico. Enquanto o Ocidente reavaliava suas cadeias produtivas, a China apertava o botão de aceleração digital. E, agora, o gap tecnológico está se tornando um abismo.
Por que a China lidera?
A China entendeu que robotização é soberania. Ela quer depender cada vez menos de mão de obra barata e mais de inteligência automatizada. A participação da China nas instalações globais de robôs industriais saltou de 14%, em 2012, para 52%, em 2022.
Antes, a vantagem chinesa era o baixo custo humano. Agora, o país transforma isso em vantagem tecnológica. Robôs são mais produtivos, previsíveis e resilientes a pandemias.
“Made in China 2025”: plano de dez anos do governo, com início em 2015, para modernizar a base manufatureira da China, desenvolvendo rapidamente indústrias de alta tecnologia, que colocam robôs no centro da estratégia industrial. A China investiu US$ 137 bilhões em robótica e indústrias de alta tecnologia, fomentando a inovação e o desenvolvimento de tecnologias avançadas. Investimento massivo + escala brutal = liderança inquestionável.
Ecossistema robusto de tecnologia: Com empresas como Siasun, DJI, Huawei e BYD, a China consegue fazer in house o que muitos países ainda importam.
Para uma comparação: Apesar de os EUA investirem pesado em IA e automação, seu mercado é mais descentralizado e regulado, o que limita a adoção em massa, como ocorre na China.
O próximo salto será unir robôs industriais, IA generativa e computação quântica. A China já está de olho nisso, com investimentos em chips e algoritmos.
Enquanto muitos ainda debatem se devem ou não investir em automação, a China já decidiu e está executando em escala massiva. Para empresas ocidentais, o dilema não é mais “se”, mas “como e quando”.
Aprender com o modelo chinês ou se aproximar de hubs tecnológicos emergentes são caminhos possíveis, mas ficar parado definitivamente não é. A automação virou o novo oxigênio dos negócios escaláveis. Empresas que não se adaptarem, vão disputar mercado com fábricas que produzem 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem erros, sem greves e, vamos falar a real, sem pausa para o cafezinho.
Alexandre van Beeck é executivo de CX, Inovação, Estratégia e Negócios.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem criada por IA
Esqueça tudo o que você sabia sobre produção em escala. A China, historicamente associada à mão de obra barata e à produção massiva, hoje lidera um novo capítulo — agora automatizado, programado e com robôs no controle. Esse vídeo mostra a evolução dos robôs industriais de 2009 a 2022, ano em que a China já havia instalado 290.300 robôs industriais, mais do que todos os outros países juntos. A diferença é tão vertiginosa que podemos afirmar: a nova Muralha da China não é de pedra. É feita de aço, algoritmos e Inteligência Artificial.
Coloque o vídeo para rodar e perceba no gráfico de linha abaixo, um ponto de inflexão a partir de 2020-2021. O que ocorria nesse período? Eram os anos de pandemia, em que o mundo ainda lidava com lockdowns, quebras de supply chain e escassez de mão de obra. Enquanto em outros países, os robôs cresceram de forma linear e tímida, a China explodiu, com um crescimento estratosférico. É como se o país dissesse: “Se o mundo travou, eu vou acelerar.”
Essa transformação não é acidental. É política de Estado, estratégia de longo prazo e uma resposta ousada ao caos pós-pandêmico. Enquanto o Ocidente reavaliava suas cadeias produtivas, a China apertava o botão de aceleração digital. E, agora, o gap tecnológico está se tornando um abismo.
Por que a China lidera?
A China entendeu que robotização é soberania. Ela quer depender cada vez menos de mão de obra barata e mais de inteligência automatizada. A participação da China nas instalações globais de robôs industriais saltou de 14%, em 2012, para 52%, em 2022.
Antes, a vantagem chinesa era o baixo custo humano. Agora, o país transforma isso em vantagem tecnológica. Robôs são mais produtivos, previsíveis e resilientes a pandemias.
“Made in China 2025”: plano de dez anos do governo, com início em 2015, para modernizar a base manufatureira da China, desenvolvendo rapidamente indústrias de alta tecnologia, que colocam robôs no centro da estratégia industrial. A China investiu US$ 137 bilhões em robótica e indústrias de alta tecnologia, fomentando a inovação e o desenvolvimento de tecnologias avançadas. Investimento massivo + escala brutal = liderança inquestionável.
Ecossistema robusto de tecnologia: Com empresas como Siasun, DJI, Huawei e BYD, a China consegue fazer in house o que muitos países ainda importam.
Para uma comparação: Apesar de os EUA investirem pesado em IA e automação, seu mercado é mais descentralizado e regulado, o que limita a adoção em massa, como ocorre na China.
O próximo salto será unir robôs industriais, IA generativa e computação quântica. A China já está de olho nisso, com investimentos em chips e algoritmos.
Enquanto muitos ainda debatem se devem ou não investir em automação, a China já decidiu e está executando em escala massiva. Para empresas ocidentais, o dilema não é mais “se”, mas “como e quando”.
Aprender com o modelo chinês ou se aproximar de hubs tecnológicos emergentes são caminhos possíveis, mas ficar parado definitivamente não é. A automação virou o novo oxigênio dos negócios escaláveis. Empresas que não se adaptarem, vão disputar mercado com fábricas que produzem 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem erros, sem greves e, vamos falar a real, sem pausa para o cafezinho.
Alexandre van Beeck é executivo de CX, Inovação, Estratégia e Negócios.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
Imagem criada por IA