Propósito
O conceito de propósito e valores surgiu como tema recorrente das NRF anteriores e não poderia faltar dada a relevância desses temas, assim como no ano passado falou se muito em tecnologia e na integração do online com o offline como forma de facilitar compras na internet, tipo compre na internet e retire na loja, e o mais importante como fazer essa integração funcionar. O tema metaverso de versão anterior foi totalmente abandonada nessa nova versão da NRF desse ano.
Retail Media
Já o Retail Media Network, o poder que o varejo tem de viabilizar a mídia realmente, tornando se um negócio dentro do negócio de varejo, veio com muita força.
Essa mídia sempre esteve dentro do varejo, mas agora como forma de captar a atenção dos consumidores no ponto de venda, já que a mídia em telas tradicionais tem sido abandonadas pelos consumidores. Então por que não aproveitar o momento que o consumidor está dentro da loja para conversar com eles, fazer demostrações, mostrar vídeos, fazer interações com o produto, fazendo a ativação do produto.
Fazer o básico
Aparece como tema relevante nessa NRF a proposta de valorizar o” fazer o básico” como já havia aparecido na versão do ano passado. Desta vez com mais força em razão do investimento em tecnologia realizado em anos anteriores, que por motivos diversos muitos foram perdidos porque não se converteram em vendas.
A tecnologia é bem-vinda, mas tem que ajudar a melhorar o atendimento ao cliente para gerar conversão de vendas. Exemplo disto é o self chekout cada vez mais utilizado no ponto de venda, principalmente em países onde a mão de obra para essa tarefa é mais escassa e cara.
Ressignificar o varejo
O varejo físico precisa ser ressignificado, 60% dos consumidores já preferem fazer compra no online, mas isso não é o fim do varejo físico, pois esse tem um papel diferenciado, não é ser físico ou digital e sim o papel que cada um irá representar, pois o cliente não precisará mais ir a sua loja, ele o cliente, precisará querer ir a sua loja por “N” motivos, o design estratégico de visual merchandising, de explorar os sentidos, música, cheiro, temperatura, de fazer sentir, ter uma experiência de compra fluída dentro de loja. Daí veio o grande tema dessa NRF o tema que amarra todos os outros temas MAKE IT MATTER “faça valer a pena” o cliente sair de casa e ir a sua loja, experiência do usuário, experiência de consumo, qual o vínculo emocional entre o cliente e a sua marca, experiências orientadas pelos nossos propósitos.
A palestra mais back to basics foi a do Lee Peterson, que trouxe a seguinte reflexão: hoje já compramos muito pela internet, já existe tecnologia suficiente para que compremos ainda mais. Já é certo que o cliente que hoje precisa ir a sua loja, por diversas razões, amanhã não precisará mais. Então, uma boa pergunta a se fazer é: O que vai levar esse cliente querer ir a sua loja?
Hoje fala se muito do “mundo Phygital” que é a integração do mundo físico com o digital, mas é na volta ao básico, na experiência de compra do cliente que está a resposta. O que adianta uma loja extremamente digital se não houver a interação humana positiva. Por que razão o cliente iria querer voltar a uma loja onde as pessoas não o percebem ou o tratam com indiferença.
Lojas Flegships
Já dentro dessa nova tendência surgiram as lojas flegships que são lojas físicas que representam a marca de uma empresa de forma única e inovadora, oferecendo uma experiência de compra diferenciada aos clientes. Essas lojas costumam ser espaços conceituais, com design arrojado, tecnologia de ponta e uma seleção exclusiva de produtos.
Alguns exemplos de lojas flegships conhecidas são a Apple Store, a Nike Store, a Adidas Originals e a Samsung Experience Store. Essas lojas são projetadas para envolver os clientes e criar uma conexão emocional com a marca, incentivando a fidelidade e a recompra. Mas de que adiantaria todo esse investimento, se o atendimento, a interação humana, o verdadeiro desejo de servir não se fizesse presente na experiência de compra do cliente.
Marcas que conseguem se conectar com o cliente com atributos de inovação, status, confiança, diversão, conveniência, propósito, autenticidade e modernidade. Marcas que conseguem se conectar de uma forma tão próxima com o cliente que tornam se referência naquele mercado.
São marcas como Apple, Tesla, Rolex, Disney, Amazon, Nike, Patagonia, Airbnb e Spotify. Essas marcas conseguem se destacar e se conectar com os consumidores devido à sua capacidade de inovar constantemente, transmitir status e confiança, proporcionar diversão e conveniência, ter um propósito autêntico e moderno, além de oferecer uma experiência única e personalizada aos seus clientes. Eles conseguem criar uma relação emocional com o consumidor, tornando-se referência no mercado e conquistando a fidelidade dos clientes. Sendo o atributo dessas marcas: mencionados, são:
- Apple: conhecida pela inovação constante, design moderno e status associado aos seus produtos
- Tesla: marca de carros elétricos que combina inovação, modernidade e propósito sustentável.
- Rolex: sinônimo de status, luxo e confiança no mercado de relógios de alta qualidade.
- Disney: marca que proporciona diversão e entretenimento para todas as idades, com um propósito de encantar e inspirar.
- Amazon: líder em conveniência e inovação no mercado de compras online, oferecendo uma ampla variedade de produtos e serviços.
- Nike: marca de artigos esportivos que combina inovação tecnológica, design moderno e um propósito autêntico de inspirar atletas.
- Patagonia: marca de roupas outdoor conhecido por sua autenticidade, compromisso com o meio ambiente e qualidade de seus produtos.
- Airbnb: plataforma de hospedagem que oferece conveniência e uma experiência única de viagem, conectando viajantes com anfitriões locais.
- Spotify: serviço de streaming de música que combina inovação tecnológica, conveniência e personalização, tornando-se referência no mercado de música digital.
Tik tok
Falou se bastante que a Tik Tok é a próxima grande plataforma de e-commerce que está vindo com grande força.
A TikTok tem se destacado como uma das plataformas de mídia social de maior crescimento e engajamento nos últimos anos, especialmente entre o público jovem. Com uma base de mais de 100 milhões de usuários ativos, que utilizam 80 minutos por dia e no mundo são 1,1 bilhões de usuários ativos que utilizam em 160 países, a TikTok está se tornando uma potencial força no cenário do e-commerce.
Empresas como Nestlé e Magazine Luiza já estão explorando o potencial da TikTok para promover seus produtos e serviços. Apesar de a plataforma ser inicialmente focada em entretenimento e conteúdo de curta duração, os anúncios curtos e intrusivos podem ser uma estratégia eficaz para chamar a atenção dos usuários e impulsionar o consumo.
A TikTok tem o potencial de se tornar uma grande influenciadora de consumo, pois permite a divulgação de produtos de forma criativa e envolvente. Com a utilização de inteligência artificial, as empresas podem segmentar o público-alvo com maior precisão e oferecer anúncios personalizados que atendam aos desejos e necessidades dos consumidores.
Além disso, a TikTok possibilita a realização de demonstrações de produtos de maneira inovadora e interativa, o que pode aumentar o interesse e engajamento dos usuários. Com a combinação de conteúdo atrativo, funcionalidades promissoras e estratégias inteligentes de marketing, a TikTok pode se tornar uma plataforma relevante para impulsionar as vendas e influenciar o comportamento de compra dos consumidores.
Innovation lab
A empresa Appetronic e seu robô Apolo representam um exemplo interessante de inovação tecnológica aplicada ao ambiente de trabalho, especialmente em ambientes desafiadores e perigosos. A capacidade do robô Apolo de carregar peso e manusear cargas em locais como câmaras frigoríficas e ambientes insalubres é impressionante, especialmente devido à delicadeza e precisão de seus movimentos, que se assemelham aos movimentos humanos.
Essa tendência de substituição do trabalho humano por máquinas é observada em diversos setores e países mais desenvolvidos, onde a dificuldade em encontrar mão de obra disposta a realizar tarefas desagradáveis tem impulsionado a adoção de tecnologias como robôs e automação. Com os bloqueios à imigração e a escassez de trabalhadores para certos tipos de atividades, a automação se torna uma solução cada vez mais viável e necessária.
No entanto, no Brasil, essa preocupação com a substituição do trabalho humano por máquinas ainda não é tão evidente. Embora questões relacionadas à eficiência do trabalho humano surjam, a substituição em larga escala ainda não é uma realidade em muitos setores da economia brasileira. A adoção de tecnologias como robôs e automação continua em estágios iniciais no país, e a mão de obra continua desempenhando um papel fundamental em muitas atividades.
À medida que a tecnologia avança e a automação se torna mais acessível e eficiente, é provável que o Brasil também comece a enfrentar questões relacionadas à substituição do trabalho humano por máquinas. É importante acompanhar de perto essas tendências e discutir os impactos sociais e econômicos da automação para garantir que as mudanças sejam feitas de forma equilibrada e sustentável.
A Amazon tem 1.500 milhão de funcionários e já tem 750.000 funcionários robôs trabalhando em centros de distribuição espalhados pelo mundo. As coisas estão mais rápido do que imaginamos.
Revitalização das marcas
Michelle Gass, CEO da Levi”s, marca de 170 anos no mercado que esteve presente muito forte nas gerações 60,70,80 e depois perdeu um pouco do protagonismo e a partir do ano 2000 veio buscando a revitalização da marca e conseguiu estar na moda novamente, falou sobre os 5 pilares do sucesso da Levi”s
1- A marca é um dos seus ativos mais importantes e se você não tem uma marca forte, o resto, vai ser realmente muito mais difícil
2-Você tem que ser obcecado pelo consumidor, coloque o consumidor no centro de tudo.
3-Reconheça a importância e o poder da inovação. Mas o que é inovação? É como olhar nos cantos pensando em coisas que os consumidores não sabem que precisam e quando fazemos teste com os consumidores descobrimos que não testou tão bem, mas sabíamos que havia algo realmente especial lá e é aí que você vincula a sua marca. Vamos fazer os consumidores quererem isso.
4- Todo mundo precisa pensar como um varejista omni channel é necessário religar a empresa ao topo da inovação, religar para realmente operar como a melhor da classe varejista omini channel.
5- Sobre propósito e valores é trabalhar em empresas com objetivos específicos. Como estou conectado, eu amo a frase”No Levi’s falamos sobre tudo que fazemos para está gerando lucros por meios de princípios“e eles vivem isso. Porque não se trata apenas de servir o consumidor, os consumidores são importantes, mas é como você cuida de seus funcionários, especialmente no varejo.
Liderança em cubo
A acelaração do meio digital ganhou uma dimensão muito importante.
O processo cultural de mudança é tão drástica que a magia só vai acontecer se passar pela liderança. O líder precisa ser multifacetado, não é mais aquela pessoa com conhecimento específico, ele precisa ser: planejador, motivador de equipe, desenvolvedor de pessoas, inspirador, disciplinado e focado.
A força da transformação está no meio escalão , não está no topo nem na base. A transformação cultural da empresa vai passar pelo investimento em treinamento para essa equipe do meio escalão. Por isso que o lider hoje precisa ter esses atributos de planejador, motivador de equipe, desenvoldor de pessoas, inspirador, disciplinado e focado.
A expectativa do que é ser um bom líder agora é outra, por isso a necessidade de investir na mudança de cultura da liderança.
Hoje os profissionais estão escolhendo em que tipo de empresa querem trabalhar, a responsabilidade da liderança tem que ir além dos resultados, precisa estar essencialmente no propósito
É preciso reposicionar o nosso negócio mudando a cultura da nossa empresa. Aquilo que era padrão no passado, se movimenta de uma determinada forma, eu comprava de um jeito, eu treinava as pessoas de um jeito, eu atendia os clientes de um jeito, isso era a cultura do meu negócio. Nós precisamos reinventar essa estrutura. E para reinventa-la é preciso arrumar um jeito de fazer essa nova cultura chegar a todos os departamentos da organização.
Por: José Marques